Policiais militares ligados a diversas associações que representam a categoria em Pernambuco se reuniram, na tarde desta quarta-feira (21), no Centro de Convenções, em Olinda, para discutir uma pauta de reivindicações a ser encaminhada ao governo estadual. O clima era tenso e chegou a circular a possibilidade de declaração de greve, mas, durante a assembleia, o deputado estadual Joel da Harpa (PROS), um dos organizadores do evento, anunciou que recebeu uma ligação do Poder Executivo, informando que a Secretaria de Administração (SAD) está aguardando uma comissão para negociação.
A comissão foi formada e já seguiu para o encontro com o governo. Os militares que participaram da assembleia decidiram realizar, ainda nesta quarta, uma passeata simbólica em homenagem ao sargento Carlos Silveira do Carmo, 44 anos, morto durante rebelião no Complexo Prisional do Curado, na Zona Oeste do Recife, na última segunda (19). Ficou definido que a manifestação seguirá até o Quartel do Derby, na área central do Recife. Também já ficou marcada uma nova reunião entre a categoria para o dia 10 de fevereiro. O horário e o local ainda serão definidos.
Entre os assuntos que serão debatidos com a Secretaria estão o plano de cargos e carreiras, a melhoria das condições de trabalho e o aumento salarial, itens que foram suspensos ano passado por conta das eleições. "Queremos negociar principalmene o plano de cargos e carreiras com as promoções imediatas e, em segundo ponto, discutir a questão salarial. A insatisfação dos policiais vem desde o ano passado, quando fizemos o movimento [greve] e essas promoções não saíram no final. A revolta já era generalizada e a morte do sargento Silveira só fez colocar lenha na fogueira. Nós esperamos que o governador vá chegar a uma solução para esta demanda da segurança pública", disse o deputado Joel da Harpa.
Em maio de 2014, a categoria fez uma paralisação de três dias que provocou até a interveção da Força Nacional de Segurança no estado. Durante este período, centenas de pessoas foram detidas, houve registros de saques, assaltos, arrastões e depredações em vários bairros do Grande Recife. Lojas, bancos, shoppings, agências dos Correios e outros serviços fecharam as portas e universidades suspenderam as aulas.
A reunião desta terça, no auditório Tabocas do Centro de Convenções, contou com a presença de cerca de 1.200 pessoas, segundo a organização do evento. Estiveram presentes representantes da Associação de Cabos e Soldados (ACS), Associação de Praças dos Policiais e Bombeiros Militares (Aspra-PE), Associação dos Policiais e Bombeiros Militares de Pernambuco (Apebom-PE), Associação dos Militares do Estado de Pernambuco (Ame-PE), além de representantes do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE).
Durante a reunião, a categoria também reclamou que a segurança nos presídios é função de agentes penitenciários e pediu soluções ao Estado. Em entrevista coletiva na terça-feira (20), o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, afirmou que militares foram acionados para ajudar na pacificação do Complexo Prisional do Curado, porque é função da corporação trabalhar na manutenção da ordem pública.
Portal G1