A Fifa confirmou nesta sexta-feira que proibirá que jogadores sejam comprados por fundos de investimento e empresas, uma prática recorrente principalmente em alguns países da Europa, como Espanha e Portugal, e também na América do Sul. A medida foi anunciada nesta sexta-feira pelo presidente da entidade, Joseph Blatter, em entrevista coletiva realizada após a reunião do Comitê Executivo da Fifa, em Zurique.
Blatter antecipou a "firme decisão" da entidade e disse que a medida, tomada após estudo realizado por um grupo de trabalho, precisa de um tempo para ser aplicada. Agora, um grupo de trabalho será criado para elaborar as regras a serem introduzidas que proibirão a "propriedades de terceiros" de jogadores.
"Tomamos uma decisão firme que a participação de terceiros deve ser banida, mas não pode ser banida imediatamente, haverá um período de transição", disse, sendo, em seguida, complementado por Jérôme Valcke, secretário geral da Fifa, que disse que o período para implementação das regras deve ficar entre três e quatro anos.
Com a proibição de que empresas e fundos de investimento tenham participação nos direitos econômicos dos jogadores, a Fifa responde à uma demanda do presidente da Uefa, Michel Platini, que em março, coincidindo com o Congresso Ordinário da entidade em Astana, solicitou que Blatter "enfrentasse esse problema de uma vez por todas".
A "propriedade de terceiros" é popular em países da América do Sul, incluindo o Brasil, com empresários e investidores sendo donos de parte ou da totalidade dos direitos econômicos de jogadores. Na Europa, a participação já está proibida no futebol da Inglaterra.
Na visão da Uefa, essa prática tira enormes somas de dinheiro do esporte e ameaça a integridade das competições quando os jogadores são negociados apenas para o aferimento de lucros. Já os defensores afirmam que elas ajudam os clubes a contratar jogadores pelos quais não teriam condições de pagar. Mas, independentemente do ponto de vista, o fato é que a Fifa decidiu pelo banimento da participação dos investidores nos atletas.
Estadão