O principal empecilho para a definição dos nomes do primeiro escalão, segundo integrantes do Planalto, é a negociação em andamento para convencer o PDT a deixar o comando do Ministério do Trabalho. A presidente pretende alocar os pedetistas em outra pasta, liberando o Trabalho para algum nome indicado pelo PT. A manobra é uma tentativa de compensar os petistas pela perda do Ministério da Educação, que ficará a cargo do governador do Ceará, Cid Gomes (PROS), a partir de 2015.
Apesar do esforço de Dilma, a direção do PDT não abre mão de continuar à frente do Ministério do Trabalho, pasta atualmente comandada pelo ministro Manoel Dias.
Além da resistência dos pedetistas em se deslocarem para outro assento da Esplanada dos Ministérios, correntes internas do PT também estão insatisfeitas com a provável confirmação do deputado Pepe Vargas (PT) para o comando da Secretaria de Relações Institucionais, pasta responsável pela articulação política do governo com o Congresso Nacional.
Integrante da corrente Democracia Socialista (DS) – minoritária no PT –, Pepe está cotado para substituir Ricardo Berzoini, que deverá ser descolado para o Ministério das Comunicações. Entretanto, petistas da tendência Construindo um Novo Brasil (CNB) – corrente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – não aceitam que a DS fique no comando de duas pastas com assento no Palácio do Planalto. Além de Pepe, Dilma deve confirmar a indicação do petista gaúcho Miguel Rossetto para a Secretaria-Geral.
Conforme o G1 apurou, a queda de braço entre as correntes petistas gerou desdobramentos na Câmara dos Deputados e até mesmo no PT do Rio Grande do Sul, base eleitoral de Pepe e Rossetto. A bancada federal petista está dividida em torno da possibilidade de os dois nomes da DS assumirem cargos no primeiro escalão.
No PT gaúcho, apesar de a Democracia Socialista comandar regionalmente o partido, a CNB e a corrente Movimento PT, da deputada e ex-ministra Maria do Rosário, cresceram em espaço nos últimos anos, alcançando um situação de equilíbrio com a tendência de Pepe e Rossetto. Na visão de petistas do Rio Grande do Sul, a eventual confirmação dos dois na Esplanada dos Ministérios pode desequilibrar o jogo de forças dentro do diretório.
Insatisfação na base
Segundo o Blog do Camarotti, até mesmo partidos que ganharam mais espaço na Esplanada estão descontentes com a condução da reforma ministerial. Principal sócio do PT no governo federal, o PMDB avalia que não tem nenhuma pasta com visibilidade. A legenda passou de cinco para seis ministérios.
Segundo o Blog do Camarotti, até mesmo partidos que ganharam mais espaço na Esplanada estão descontentes com a condução da reforma ministerial. Principal sócio do PT no governo federal, o PMDB avalia que não tem nenhuma pasta com visibilidade. A legenda passou de cinco para seis ministérios.
Até o momento, a presidente já definiu os titulares de 17 pastas de seu segundo governo. Devido à pressão do mercado, a definição começou pela área econômica: Joaquim Levy(Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento) eArmando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). Também foi confirmada a permanência de Alexandre Tombini na presidência do Banco Central.
Na última terça-feira (23), a petista divulgou os nomes de outros 13 ministros que farão parte do primeiro escalão de seu próximo mandato.
Na ocasião, foram anunciados os nomes de Aldo Rebelo (Ciência, Tecnologia e Inovação); George Hilton (Esportes); Cid Gomes (Educação); Edinho Araújo (Portos); Eduardo Braga (Minas e Energia); Eliseu Padilha (Aviação Civil); Helder Barbalho (Pesca); Kátia Abreu (Agricultura); Vinicius Lajes (Turismo); Jaques Wagner (Defesa); Gilberto Kassab (Cidades); Nilma Lino Gomes (Igualdade Racial); e Valdir Simão (Controladoria Geral da União).
Posse
A posse presidencial acontecerá nesta quinta-feira (1º). Para evitar imprevistos, o cerimonial do Palácio do Planalto realizou no domingo (28) um ensaio na Esplanada dos Ministérios do roteiro que a presidente irá percorrer durante a solenidade.
A posse presidencial acontecerá nesta quinta-feira (1º). Para evitar imprevistos, o cerimonial do Palácio do Planalto realizou no domingo (28) um ensaio na Esplanada dos Ministérios do roteiro que a presidente irá percorrer durante a solenidade.
A previsão é que, logo depois da posse, Dilma tire mais alguns dias de folga em Aratu, a partir do dia 2. Conforme a previsão da assessoria do Planalto, ela retornaria a Brasília desta nova viagem de férias no dia 5 de janeiro.
Desde que assumiu a Presidência, em 2011, Dilma tem escolhido a Base Naval de Aratu para repousar nos períodos de folga. A última vez que ela esteve no local foi no final de outubro, poucos dias após ser reeleita.
A estrutura militar está localizada na península São Tomé de Paripe, na baía de Aratu, no subúrbio ferroviário de Salvador.
Portal G1