A Câmara dos Deputados cassou nesta quarta-feira (10) o mandato parlamentar do deputado federal André Vargas (sem partido-PR) por quebra de decoro por conta do seu envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato.
O placar foi de 359 votos favoráveis pela cassação e apenas um contrário, além de seis abstenções. O quórum mínimo exigido era de 257 deputados. A votação foi aberta.
Todos os partidos que orientaram as suas bancadas sobre como deveriam votar, incluindo o PT, recomendaram a cassação. Apenas o PMN e o PEN não deram orientação.
Vargas não estava presente à sessão. Ele argumentou que não foi a Brasília por estar se recuperando de uma cirurgia na boca.
Ele chegou a entrar com um recurso na Câmara na noite de terça-feira (9) pedindo o adiamento da sessão para a semana que vem.
No recurso, o deputado do Paraná alegou aos dirigentes da Casa que fez uma cirurgia odontológica no último dia 5 que o impossibilitaria de se defender no plenário.
Na última segunda (8), ele havia enviado um atestado que comprovaria o procedimento cirúrgico a que ele foi submetido. Na ocasião, o parlamentar solicitou uma licença médica até esta quarta-feira. A assessoria de Vargas chegou a enviar fotos do deputado para comprovar a realização do procedimento cirúrgico. No entanto, o recurso dele foi negado pela direção da Câmara porque, pelo regimento, ele deveria ter sido examinado por um junta médica da Casa.
Embora tenha argumentado à Câmara que não poderia fazer sua defesa no plenário da Casa em razão da cirurgia na boca, André Vargas conversou nesta quarta-feira, por telefone, com a reportagem do G1. No diálogo telefônico, que ocorreu por volta das 11h40, o deputado informou que estava em São Paulo para fazer um tratamento no Hospital Albert Einstein e que por esse motivo não iria a Brasília nesta quarta-feira.
“Não irei de forma alguma a Brasília. Minha licença expira só hoje [quarta] à noite”, afirmou Vargas.
Portal G1