A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) da prefeitura doRio inutilizou nesta segunda-feira duas toneladas de alimentos perecíveis que estavam estocados sem condição de higiene, após descobrir um depósito clandestino de ambulantes irregulares, na tarde deste domingo, em São Cristóvão, Zona Norte da capital Fluminense. Os agentes também apreenderam durante a fiscalização, 24 botijões de gás, um revólver e munição. Um homem foi conduzido pelos agentes da Seop, com apoio de policiais militares, para a 17ª Delegacia de Polícia de São Cristóvão para averiguação. Esse foi o 19º depósito clandestino que a secretaria encontra, desde julho.
Durante a fiscalização, os agentes da Seop também encontraram nove carrocinhas de churros, dois freezers, cinco carrinhos pra transportar mercadorias e alimentos como milho, salsichas, batatas, biscoitos, pães e bebidas. Os agentes encontraram dez ligações clandestinas de energia no local que foi interditado por falta de alvará de funcionamento. Além disso, agentes da Vigilância Sanitária que participaram da fiscalização, interditaram o depósito por insalubridade e falta de higiene.
De acordo com o infectologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Edmilson Migowski, o armazenamento inapropriado dos produtos pode trazer ricos de doenças infecciosas como diarreia e vômito.
- Alguns produtos devem ser refrigerados e se é um depósito clandestino, sem o devido controle da temperatura, pode realmente comprometer a qualidade desses produtos, provocando diarreia e vômito. Os outros produtos que não são mantidos em temperatura baixa e são armazenados sem essa necessidade podem sofrer ações de roedores, (contaminação por) urina de ratos e outros contaminantes – disse.
Migowski alertou também para o armazenamento equivocado, que pode enferrujar as latas e assim comprometer o conteúdo. “Realmente o cuidado com o alimento começa antes mesmo do alimento ser preparado. O transporte, o armazenamento e o preparo do alimento têm que ser feito com um certo rigor para minimizar os ricos de doenças infecciosas, os quadros de diarreia, vômito e outras complicações”.
Os 24 botijões de gás encontrados no depósito podem trazer riscos tanto para os trabalhadores como para a vizinhança do entorno. “O botijão de gás em lugar confinado, sem estar preparado para esse tipo de armazenamento pode impor um enorme risco a quem frequenta esse ambiente, no caso esses trabalhadores, como também a vizinhança que cerca esses depósitos clandestinos, então tem muita coisa equivocada nesse lugar como a gente pode observar”, avaliou Migowski.
Correio do Brasil