Lei aprovada pela Câmara de Nova Odessa, cidade a 119 km de São Paulo (SP) obriga a leitura diária de pelo menos um trecho da Bíblia nas escolas públicas. A medida é alvo de polêmica e críticas na cidade. Docentes e diretores são contrários à medida, pois defendem o estado laico e o respeito à crença das crianças. "Não temos formação teológica para trabalhar com este tipo de projeto", disse a professora Ariana Regina das Dores. "Sou contra pelo fato de termos alunos de diferentes religiões", emendou Elaine Cardozo, que também leciona na rede municipal.
Já o autor da proposta, o vereador Vladimir Antônio da Fonseca (SDD), argumenta que a ideia é estimular a reflexão dos estudantes. "Não quero colocar religião para ninguém. O objetivo é incentivar uma reflexão sobre os bons hábitos e a questão do respeito", disse. Fonseca é evangélico da Igreja Batista Nova Aliança e faz trabalhos voluntários ligados a esportes.
Na avaliação do advogado Marcelo Monteiro, especialista em direito público, a medida é inconstitucional. "Nossa Constituição Federal prevê liberdade de culto e de crença. Então, uma escola pública jamais pode obrigar os alunos a lerem qualquer trecho da Bíblia."
Paulínia News