No segundo dia de paralisação dos policiais militares de Pernambuco, mais uma passeata foi realizada pelas ruas do centro do Recife. Em cerca de duas horas, mais de mil pessoas - deacordo com o movimento da PM - percorreram ruas e avenidas gritando palavras de ordem e explicando a pauta de reivindicações da categoria.
A passeata saiu por volta das 12h, da Praca do Derby, com a presenca de algumas liderancas, como Joel Maurino, que negocia diretamente com a cúpula do governo de Pernambuco. Como a greve foi considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco, o Palácio do Campo das Princesas se nega a negociar com a categoria em greve. "Ficamos até 15h30 negociando na Assembleia e tivemos avanços, principalmente em relação ao plano de carreiras. Isso reflete no salário, já que os policiais serão promovidos. Mas não desistimos da nossa pauta, vamos lutar. Hoje continuamos com as negociações e devemos ter assembleia até o fim do dia", disse.
A passeata seguiu de forma pacífica ate a sede do governo estadual, na Praça da República, inclusive com o apoio de alguns populares. O comércio do centro do Recife ficou completamente fechado nas avenidas Conde da Boa Vista, Guararapes e Dantas Barreto.
Ao chegar ao Palácio, as lideranças do movimento explicaram à categoria a questão da ilegalidade da greve e a proposta assumida em relação ao plano de cargos e carreira e à contratação de policiais aprovados em concurso realizado em 2009.
O presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de PE (Aspra), cabo Paulo Aquino, frisou que a expectativa é que a presença do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, facilite a negociação. Diante do resultado, será realizada uma nova assembleia. De acordo com a organização do movimento independente da PM, praticamente todos os batalhões de Pernambuco estão parados - mantidos apenas serviços como o hospital militar e a guarda de armamentos.
Entenda a paralisação
Uma comissão independente de PMs iniciou a paralisação na noite de terça (13) e decidiu manter a mobilização na noite de quarta (14), após reunião com líderes do governo e representantes da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Nem o governo do estado nem o movimento grevista precisaram quantos PMs aderiram à paralisação.
Uma comissão independente de PMs iniciou a paralisação na noite de terça (13) e decidiu manter a mobilização na noite de quarta (14), após reunião com líderes do governo e representantes da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Nem o governo do estado nem o movimento grevista precisaram quantos PMs aderiram à paralisação.
Um dos representantes dos PMs, soldado Joel Maurino, afirmou que a paralisação foi mantida porque não foi fechado acordo quanto ao aumento de 50% no salário-base, uma das reivindicações da categoria. O grupo envolvido na mobilização também pleiteia, entre outros pontos, aumento do vale-refeição e estruturação do Plano de Cargos e Carreiras (PCC) da corporação.
O secretário da Casa Civil, Luciano Vasquez, informou que os PMs terão reajuste de 14,55% no contracheque de junho, equivalente à quarta parcela acordada em acerto entre governo e categoria, há quatro anos. O primeiro aumento foi em 2011, de 14%; a segunda e a terceira parcelas foram de 10%, em 2012 e 2013. Os reajustes foram concedidos sempre no mês de junho de cada ano.
O governador de Pernambuco, João Lyra Neto (PSB), solicitou na quarta-feira (14) a ajuda doshomens da Força Nacional de Segurança Pública e do Exército para substituir os PMs grevistas. As tropas começaram a desembarcar na madrugada desta quinta (15) e já estão nas ruas fazendo policiamento ostensivo. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, virá ao estado nesta quinta, acompanhado de um general designado para comandar as ações das Forças Armadas.
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decretou a ilegalidade da greve, na noite de quarta-feira. A multa prevista para a categoria será de R$ 100 mil por dia de paralisação. A ordem é para que os policiais militares voltem ao trabalho imediatamente.
Portal G1