sexta-feira, 2 de maio de 2014

Barragens: abastecimento após as chuvas

As chuvas ocorridas este mês estão ajudando a recuperar o nível das barragens que abastecem a Região Metropolitana do Recife (RMR). Para se ter ideia, somente Pirapama, principal manancial que atende a RMR, está com um volume acumulado que corresponde a quase 90% de sua capacidade, situação bem diferente da registrada em abril de 2013, quando foi preciso retomar o racionamento por um breve período por conta da baixa no reservatório. A atual situação das barragens da RMR já é suficiente para garantir água até o próximo verão e a tendência é melhorar ainda mais. Segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), a expectativa é que todas possam se recuperar totalmente até julho, caso as previsões climáticas para o período se confirmem. 
De acordo com o gerente de Meteorologia e Mudanças Climáticas da Apac, Patrice Oliveira, a recuperação das barragens foi acentuada a partir da última semana, quando começaram a ocorrer chuvas intensas no Litoral e na Zona da Mata. Na terça-feira passada, por exemplo, choveu 118 mm em apenas quatro horas. Nas últimas 48 horas, foram 150 mm na RMR. “O lado bom das chuvas é que elas estão ocorrendo também na área dos reservatórios, o que é importante para o acúmulo de água”, explicou Oliveira. 
As chuvas registradas ontem e hoje devem continuar até sábado. Mas não devem parar por aí. Para a RMR, este é o início da quadra chuvosa, que vai até o final de julho. Se as previsões se confirmarem, deve chover, este ano, igual ou acima da média histórica para o período. “Estamos no início do inverno e já estamos numa situação confortável em relação ao nível das barragens. Se a tendência for confirmada, poderemos chegar ao inverno de 2015 com folga”, avaliou o diretor de Regulação e Monitoramento da Apac, Marconi Azevedo.  
Entre abril de 2013 e abril de 2014, as barragens que mais acumularam água foram Sicupema (aumento de 67,9%), Duas Unas (62,65%) e Pirapama (59,56%). “É bom lembrar que nem todas as barragens têm função de abastecimento. A do Goitá, por exemplo, é para contenção de cheias e, por isso, é interessante que seu nível não fique elevado”, esclareceu o gerente da Apac, Clênio Torres.

Segundo a Apac, as chuvas dos últimos dias têm sido provocadas por um sistema atípico. Ventos de leste estão contribuindo para trazer umidade do mar. Ao chegarem ao continente quente e abafado, as nuvens carregadas se transformam em chuvas.

Veja a situação das barragens na RMR: 


Reservatório
Volume máximo
Volume (m³)
abril/2013
Percentual (%)
abril/2013
Volume (m³)
abril/2014
Percentual (%)
abril/2014
Botafogo
27.690.000,00
4.779.627,80
17,26%
7.612.165,86
27,49%
Duas Unas
23.549.000,00
8.730.875,00
37,08%
23.486.110,00
99,73%
Bita
2.770.000,00
1.915.732,00
69,16%
2.547.918,10
91,98%
Sicupema
3.200.000,00
1.028.022,30
32,13%
3.201.096,40
100,03%
Utinga
10.270.000,00
2.019.009,60
19,66%
4.733.457,00
46,09%
Pirapama
60.937.000,00
17.702.000,00
29,05%
53.997.200,00
88,61%
Goitá
52.536.000,00
25.479.100,00
48,50%
23.969.500,00
45,62%
Tapacurá
94.200.000,00
45.384.000,00
48,18%
59.440.000,00
63,10%
Várzea do Una
11.568.000,00
3.868.541,00
33,44%
9.518.804,60
82,29%

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