A ativista da ONG Casa da Mulher do Nordeste, Gláucia Maria, afirma o quanto é importante um evento como esse. "As mulheres negras sempre foram à luta e nunca baixaram a cabeça para o preconceito. Isso devemos às nossas mães-de-santo, as Yalorixás. E quando se perguntam por que a mulher negra não aparece no movimento feminista, era porque a mulher negra tomava conta dos filhos da mulher branca". Gláucia ainda afirma que o movimento não é restrito às afro-descendentes. "A marcha é aberta à toda a sociedade. Nós existimos e exigimos os nossos direitos".
Os números refletem a discriminação:
Escolaridade: pesquisa realizada em 2006, revela que entre as mulheres negras com 15 anos ou mais, a taxa de analfabetismo é duas vezes maior que entre as brancas,
Trabalho doméstico infantil: 75% das trabalhadoras são meninas negras.
Saúde: O percentual de mulheres negras que não possuem acesso ao exame ginecológico é 10% superior ao número de mulheres brancas;
Câncer de Mama: pesquisa de 2004 revela que 44,5% das mulheres negras não tiveram acesso o exame clínico de mamas, contra 27% das mulheres brancas; entre 2000 e 2004,
AIDS: a infecção por HIV/AIDS subiu de 36% para 42,4% entre as mulheres negras, enquanto na população feminina branca, a incidência de casos diminuiu, no mesmo período.
Fonte dos dados: SANTOS, Walkyria. A Mulher Negra Brasileira. Como visto em <http://www.africaeafricanidades.com.br/documentos/A_mulher_negra_brasileira.pdf> Acesso em 25.03.2014