"Minha filha está presa na Rússia - injustamente. Ela é a bióloga Ana Paula Maciel, uma entre os 30 ativistas do Greenpeace presos após um protesto pacífico contra exploração de petróleo no dia 18 de setembro. O governo russo está movendo um processo absurdo de pirataria -- e ela pode ficar presa por 15 anos.
Me ajude a pressionar a Presidenta Dilma Rousseff. Ela pode exercer influência diplomática e pedir diretamente ao presidente russo, Vladimir Putin, a libertação de Ana Paula e sua volta para o Brasil. Eu iniciei um abaixo-assinado ontem e peço por favor que assine e compartilhe com seus amigos.
Ana Paula é uma mulher íntegra, idealista e que sempre lutou pacificamente pelas coisas que acredita. Se hoje ela está injustamente presa a milhares de quilômetros de casa, o motivo é um só:ela dá a cara a tapa por uma causa que é de todos nós.
O próprio Putin declarou publicamente que o protesto não tinha nada a ver com pirataria. Mesmo assim, a Justiça russa decidiu pela prisão preventiva deles pelos próximos dois meses, até terminarem a investigação. Já estou há quase um mês sem ouvir a voz da minha filha, e não consigo aceitar a hipótese de que isso pode se estender por mais de uma década.
Cartas - A bióloga mandou cartas em que disse estar sendo bem tratada e revela esperança. O Greenpeace está dando assistência aos militantes encarcerados.
“Eu estou bem, tenho meus momentos de fraqueza, mas aí eu rezo mais forte, e a vida é muito curta para se sentir miserável por muito tempo”. É com frases desse tipo, entremeadas com momentos de humor, que a bióloga Ana Paula Maciel, ativista do Greenpeace presa na Rússia desde o dia 19 de setembro, relata para a família os dias de cárcere em Murmansk, noroeste do país. Duas cartas recebidas pela irmã de Ana Paula na segunda-feira mostram uma pessoa otimista, mas apreensiva.
As cartas, datadas de 27 de setembro e de 2 de outubro, foram enviadas por email da embaixada brasileira em Moscou. Os documentos estão em formato digital, já que originais ficaram retidos pela Justiça russa. Nas duas mensagens, escritas a mão e aparentemente em folhas de um caderno comum, a bióloga relata que tem sido bem tratada pelos carcereiros, mas reclama que passa o dia inteiro sozinha em uma cela pequena e que tem apenas uma hora por dia para caminhar.
“Os guardas, carcereiros, enfermeiros, são todos gentis e, enfim, temos que cumprir rotinas de segurança e tal, mas no fundo eles sabem que não somos criminosos”, relata a bióloga, que mora em Porto Alegre com a mãe, Rosângela, e as irmãs Telma e Alessandra. Ela também informa que assiste frequentemente a um canal de música na cela em que passa os dias na penitenciária da cidade.
Itamaraty - O Ministério das Relações Exteriores informou que continuará prestando toda a assistência à bióloga brasileira Ana Paula Maciel, acusada de pirataria depois de ser presa com mais 29 militantes da organização não governamental Greenpeace durante protesto contra a exploração de petróleo no Ártico. Em sua conta no Twitter, o Itamaraty disse que “não medirá esforços para buscar solução rápida para o caso.”
"O Itamaraty e a Embaixada do Brasil em Moscou acompanham o caso da ativista brasileira Ana Paula Maciel desde a sua prisão na Rússia. Como resultado das gestões da diplomacia brasileira, permitiu-se que Ana Paula telefonasse para sua família hoje [ontem, 10] de manhã", informou o ministério.
Ontem (10), a presidenta Dilma Rousseff solicitou ao ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, contato de alto nível (entre as cúpulas governamentais) com a Rússia para encontrar uma solução para o caso da brasileira.
“Determinei ao Ministério das Relações Exteriores que desse toda a assistência à brasileira Ana Paula Maciel, detida na Rússia durante protesto ambiental”, escreveu Dilma, em sua conta no Twitter. “Solicitei ao ministro Figueiredo contato de alto nível com o governo russo para encontrar solução para Ana Paula”, completou.
Ana Paula foi detida em Murmansk, no Norte da Rússia, no dia 18 de setembro. Os ativistas eram tripulantes do navio quebra-gelo Arctic Sunrise e estavam no local para protestar contra a estatal russa Gasprom. Os ativistas foram presos ao tentar escalar a plataforma Prirazlomnaya, que é a primeira em alto-mar na região e, segundo a organização, tem previsão para começar a operar no próximo ano.
Com informações da Agência Brasil, O Globo e Change.org