Milhares de indonésios protestaram nesta segunda-feira (17) contra o aumento nos preços dos combustíveis, fortemente subsidiados, causando confrontos em algumas cidades.
Doze pessoas ficaram feridas ao serem atingidas por balas de borracha em Ternate, Molucas (nordeste), de acordo com uma fonte da polícia, durante confrontos entre as forças de segurança e cerca de dois mil manifestantes.
Em Jambi (noroeste), centenas de manifestantes que tentavam invadir o Parlamento local foram dispersados com gás lacrimogêneo, segundo a polícia. Um jornalista foi ferido e está hospitalizado sem perigo de morte.
Na capital Jacarta, cerca de três mil manifestantes queimaram pneus em frente ao Parlamento, onde se debatia o aumento em um terço do preço da gasolina. "Enforquem SBY", podia ser lido em um cartaz: as iniciais são as do presidente Susilo Bambang Yudhoyono, cujo partido caiu vertiginosamente nas pesquisas faltando um ano para as eleições nacionais.
Cerca de 19 mil policiais e militares foram mobilizados. O regime teme a repetição do que aconteceu ano passado, quando manifestações em massa impediram o governo de abolir o sistema de subsídio que mantém o preço dos combustíveis nos menores níveis em toda a Ásia (cerca de 35 centavos de euro por litro).
O governo indonésio tem tentado há décadas acabar com esses subsídios, ou pelo menos aumentar o preço da gasolina, mas, até o momento, recuou devido ao descontentamento da população, cuja metade vive com menos de dois dólares por dia.
O projeto para abolir os subsídios, defendido em 1998 pelo ditador Suharto e fortemente rejeitado, foi um dos motivos que o obrigou a renunciar.
Os subsídios aos combustíveis representam cerca de 16% dos gastos públicos e aumentam cada vez mais o déficit orçamentário, que provavelmente ultrapassará o limite de 3% do PIB fixado pela lei da Indonésia.
Portal R7