Um protesto de professores e alunos de medicina da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FTC) terminou com oito feridos após ação do Batalhão de Choque da Polícia Militar em Salvador (BA), na manhã desta terça-feira. Os manifestantes fecharam uma das vias da avenida Paralela por volta das 9h e a polícia usou bombas de efeito moral e tiros de balas de borracha para dispersar os manifestantes.
Houve correria generalizada pelas ruas e oito pessoas foram atingidas pelos projéteis, necessitando de socorro do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Apesar disso, nenhum aluno precisou ser removido para o hospital.
O grupo se reuniu às 8h30 para exigir pagamento atrasado dos salários aos docentes da faculdade e outras políticas para os alunos. Pouco depois, desceu do local onde o campus de medicina está construído em direção à avenida, em um protesto com cartazes e palavras de ordem. Quando a via já estava totalmente parada e com o congestionamento refletindo em várias regiões da cidade, os policiais da Tropa de Choque surgiram e dispararam os manifestantes com os tiros de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e também gás de pimenta.
De acordo com a PM, a repressão ocorreu porque teria havido uma negociação com a liderança do movimento, mas os estudantes se recusaram a liberar a via, uma das mais movimentadas de Salvador. Muitos alunos, por sua vez, acusam a polícia de não fazer nenhuma negociação e partir para a agressão. De acordo com o grupo, a atuação do batalhão difere da postura recente dos policiais em manifestações na cidade, onde há conversas entre as autoridades e as lideranças de protestos e raramente se vê cenas e violência como as de hoje.
A FTC, em nota oficial divulgada horas depois do incidente, negou ter entrado em contato com a Polícia Militar ou o Batalhão de Choque para reprimir a manifestação, que classificou como “pacífica”. De acordo com a faculdade, houve uma reunião ente os manifestantes na qual os pontos da reivindicação foram conversados e que há avanço nas negociações, o que deverá impedir novos protestos.
“A instituição não concorda com nenhum tipo de violência e ratifica que as ações adotadas pelos representantes da faculdade visaram arrefecer os ânimos, com a retirada amigável dos alunos da via pública, para um diálogo dentro das dependências da Faculdade com o objetivo de salvaguardar a integridade física e moral destes”, divulgou a instituição.
Portal Terra