A portuguesa Galp recebeu autorização da ANP (Agência Nacional do Petróleo) para perfurar um dos três blocos adquiridos na 7ª rodada de licitações de petróleo e gás natural do governo brasileiro com objetivo de atingir a camada pré-sal.
A empresa devolveu um dos blocos à agência e no momento vai desenvolver apenas um dos dois blocos restantes para atingir o pré-sal, informou o diretor da ANP Florival Carvalho durante seminário sobre desafios tecnológicos no setor de petróleo.
Segundo Carvalho, apesar de ter um grande potencial, os reservatórios do pré-sal na bacia Pernambuco-Paraíba são bem menores do que os da bacia de Santos. A Galp é parceira da Petrobras em alguns dos grandes campos do pré-sal da bacia de Santos, inclusive o campo gigante de Lula.
Na 11ª rodada da ANP, em meados de maio, a petroleira portuguesa comprou mais nove blocos de petróleo em parceria com a Petrobras.
LEILÃO DE LIBRA
Promotor do seminário, o presidente da Galp Energia, Manuel Ferreira de Oliveira, confirmou o interesse no pré-sal brasileiro e garantiu que a empresa estará presente no primeiro leilão do pré-sal, previsto para outubro.
Esse leilão vai vender a maior descoberta já feita no território brasileiro, Libra, que tem reservas recuperáveis entre 8 e 12 bilhões de barris de petróleo no pré-sal da bacia de Santos.
Oliveira informou que atualmente os investimentos da Galp no Brasil giram em torno dos 600 a 800 milhões de euros por ano.
No período 2013-2017, a empresa portuguesa pretende investir cerca de 8 bilhões de euros em seus 62 projetos pelo mundo, sendo que entre 60% e 70% desse valor será no Brasil.
"Nossa presença no Brasil é estratégia e de longo prazo", afirmou o executivo.
Ele disse considerar a exploração na bacia Pernambuco-Paraíba "de alto risco", mas se mostrou otimista com as perspectivas da nova fronteira."Ou fazíamos a perfuração ou abandonávamos; resolvemos ir mais profundo", disse.
Folha SP