O PSTU e outros partidos de esquerda, além de entidades e movimentos sociais, como sindicatos e organizações de Direitos Humanos, estão sendo alvos de violentos ataques planejados e executados por grupos de orientação nazi-fascistas. Na onda de protestos que tomou o país nesse dia 20 de junho, diversos militantes ficaram feridos, alguns tiveram que ser hospitalizados.
Um dos ataques mais violentos ocorreu no Rio de Janeiro, quando um bando encapuzado, alguns deles de grande porte físico com as cabeças raspadas, investiu contra a coluna formada por partidos e organizações sociais. Os militantes tentaram formar um cordão humano para se defender das agressões, mas o grupo, em grande número, atacou com bombas, pedras e paus. Alguns veículos de comunicação, contudo, mostraram imagens do cordão de isolamento como se fosse o início das agressões, quando na verdade era o seu oposto, uma tentativa de defesa. As agressões não partiram dos militantes das organizações de esquerda ou movimentos sociais. Ao contrário, foram vítimas desse violento ataque orquestrado que deixou pelo menos 13 militantes feridos.
Ação semelhante ocorreu em São Paulo, onde um grupo, com muitos membros ostentando símbolos nazistas, atacou os partidos de esquerda e entidades sindicais na Avenida Paulista. Estranhamente, atacaram com armamento tradicionalmente utilizado pela polícia, como bombas de efeito moral, spray de pimenta e armas de choque.
Em Natal, o dirigente do PSTU e candidato a prefeito pelo PSTU nas eleições de 2012, Dario Barbosa foi agredido com uma garrafa no queixo, levando cinco pontos. Agressões do tipo se repetiram em diversas partes do país.
Em Recife não foi diferente. Fascistas infiltrados hostilizaram a coluna dos partidos de esquerda, composta por militantes do PSTU, PSOL, PCB, PCR e o PT. Também estavam presentes membros do movimento sindical e estudantil. O confronto iniciou no começo da Av. Conde a Boa Vista momento em que a coluna tentou somar forças às vozes dos demais manifestantes que vinham do Derby. O confronto durou cerca de uma hora. Em imagens vistas no Facebook, um militante do PCB foi perseguido durante a passeata.
Mesmo com esse foco de conflito na capital pernambucana, militantes do PSTU da juventude e trabalhadores saíram em passeata até o Marco Zero com palavras de ordem que questionaram os governos estadual e federal. “Ô Eduardo que papelão, R$ 0,10 não é a solução”, “Ô Dilma eu quero ver o passe-livre nacional acontecer”, são exemplos. Feliciano também foi alvo dos gritos: “Não é doença não pode ser, Feliciano o doente e você”.
Os ataques vistos em todo país são invariavelmente acompanhados por ameaças desses grupos organizados através das redes sociais. No Rio de Janeiro, um grupo neonazista denominado "Combat 18" já havia postado cartazes com ameaças nas proximidades das sedes do PSTU e PCB.
"Existe um justo sentimento anti-partido devido ao desgaste dos partidos tradicionais e à decepção com o PT no governo, e isso tem sido utilizado pela direita e a ultradireita, como grupos neonazistas para atacar a esquerda e os movimentos sociais. Nada justifica agressões ou coação para que não levantemos nossas bandeiras", afirma José Maria de Almeida, presidente nacional do PSTU. "Lutamos contra a ditadura justamente para que todos tenhamos liberdade de expressão e de organização", reforça o dirigente que foi preso e torturado pela Ditadura Militar em 1977.
PSTU Pernambuco