O poeta e jornalista César Leal faleceu na manhã desta quarta-feira (5), no Recife, vítima de falência múltipla de órgãos. O professor emérito de literatura da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) tinha 90 anos e morreu em casa, no bairro das Graças, Zona Norte da capital. O velório será realizado às 16h, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, seguido do sepultamento, reservado aos familiares.
César Leal foi autor de mais de 30 livros de poesia, conto e crítica literária, publicados por grandes editoras do País. Também atuou no Diario de Pernambuco, onde dirigiu um suplemento literário por mais de 40 anos, e na Revista Estudos Universitários, da UFPE, do qual foi editor de 1966 a 2005, divulgando o trabalho de diversos poetas da chamada Geração 65.
Ele foi o primeiro poeta de língua portuguesa a gravar seus poemas para o acervo fonográfico da biblioteca de Harvard (EUA), participando de encontros com importantes nomes da vanguarda literária e acadêmica dos Estados Unidos, como Philip Lamantia, Allen Guinsberg e Victor Hannibal Aconcci, além do linguista Noam Chomsky.
Entre as várias traduções que foram realizadas de sua poesia, destaca-se a compilação para o alemão de seu livro ‘O Triunfo das Águas’ pelo reconhecido tradutor Curt-Meyer Clason.
Dentre as várias comendas que recebeu, destacam-se a concessão do título de Cidadão Pernambucano, outorgado pela Assembleia Legislativa de Pernambuco, na década de 1990, e o título de Cavaliere da Ordem do Mérito da República Italiana, outorgado nos anos 80 pelo presidente Sandro Pertini, por sua dedicação especial à obra de Dante Alighieri.
César Leal ainda foi membro-titular do Conselho Federal de Cultura (MinC), do Conselho de Liberdade de Expressão e Criação (Ministério da Justiça), e do Conselho Diretor da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Pelo conjunto da obra foi agraciado em 2006 com o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras. No ano seguinte, foi eleito para a cadeira de número 23 da Academia Pernambucana de Letras, ocupada anteriormente pelo professor Evaldo Bezerra Coutinho.
Portal G1