Ainda sem receber um posicionamento efetivo do Governo Federal, os metroviários de Pernambuco seguem em clima de insatisfação e devem reinstalar uma assembleia, na noite desta quinta-feira (13). A categoria vai decidir os rumos do movimento, que busca, entre outros pontos, o reajuste salarial e a melhoria nas relações de trabalho. De acordo com o Sindicato dos Metroviários (Sindmetro-PE), caso não ocorra uma proposta satisfatória, a greve será deflagrada a partir da 0h desta sexta-feira (14).
Os profissionais reivindicam 6,49%, referente à inflação dos últimos 12 meses, além de um ganho real de 10%. “Estamos em um processo de negociação e, desta forma, ambas as partes precisam ceder em algum momento. O que vemos é um quadro de total descaso com os trabalhadores, onde o Governo se mostra irredutível e não demonstra interesse em valorizar o trabalho da categoria”, criticou Diogo Morais, presidente do Sindmetro-PE.
Na contramão do que busca a liderança sindical, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) sinalizou, até o momento, o reajuste de apenas 2%, caso fosse mantido o regime de hora extra bonificado em 100%. O órgão indicou que essa média poderia chegar a 4,7%, caso a hora extra fosse reduzida pela metade.
Além dos imediatos transtornos aos usuários, caso ocorra uma paralisação, um ponto que traz preocupação é a proximidade do início dos jogos da Copa das Confederações, no próximo domingo (16). O metrô é o principal meio de transporte para os torcedores chegarem à Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife. “Esperamos que esta situação seja resolvida o mais rápido possível. Não temos interesse em cruzar os braços, nem tampouco atrapalhar um evento deste porte. Nosso objetivo é exercer nossas atividades com condições dignas.”
Ainda de acordo com o Sindmetro, a CBTU também apresentou um plano de demissão voluntária para os profissinais já aposentados que optaram por continuar trabalhando. A direção nacional da companhia ainda não apresentou novas deliberações, nem tampouco indicou uma contraproposta diante da iminência de greve.
Outras reivindicações na pauta do movimento grevista são um plano de saúde que atenda a todos os funcionários, já que, atualmente, cerca de 25% deles não podem pagar o benefício; abertura de concurso público, pois existe um déficit de 150 pessoas em diferentes funções, como, por exemplo, agentes de estação; e melhorias estruturais nas estações tanto para os usuários, quanto para os funcionários.
Folha de Pernambuco