O Papa Bento XVI vai renunciar a seu pontificado em 28 de fevereiro, mas anunciou o fato durante um encontro de cardeais no Vaticano há dois dias. Depois disso começaram a surgir especulações sobre o sucessor do teólogo alemão. Um dos mais fortes é o de Peter Turkson, Cardeal de Gana, que poderia se tornar o primeiro papa negro e africano da história. Mas tem um detalhe no meio da história — ele é homofóbico e a favor da criminalização da homossexualidade em Uganda, um projeto de lei que tramita no Poder Legislativo do país. “A intensidade da reação (à homossexualidade) é provavelmente compatível com a tradição”, disse ao site National Catholic Register no ano passado, tentando justificar a insanidade de prender e matar gays e lésbicas na África. Turkson ainda criticou a atitude de Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, quando pediu que o continente africano acabasse com a criminalização da homossexualidade. “Quando você está falando sobre o que é chamado de ‘estilo de vida alternativa’, são estes os direitos humanos? Ele [Ban Ki-moon] precisa reconhecer que há uma sutil distinção entre moralidade e direitos humanos, e é isso que precisa ser esclarecido”, disse o cardeal.
Coluna Bruno Astuto - Revista Época