sábado, 23 de fevereiro de 2013

Musicos da Orquestra Sinfonica do Recife poderão ter Plano de Cargos e Carreiras‏


Já está nas mãos dos vereadores que compõem as comissões de Legislação e Justiça e de Finanças e Orçamento o projeto de lei que institui o Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos Músicos da Orquestra Sinfônica do Recife (OSR). O projeto número 07/2013, de autoria do vereador Rogério de Lucca (PSL), será analisado e receberá os dois pareceres que serão levados ao plenário da Câmara Municipal. O plano é uma reivindicação antiga da OSR que, desde 1949, passou para a administração municipal e é reconhecida como uma das melhores e mais atuantes orquestras do Norte e Nordeste, consagrada como a mais antiga em atividade do Brasil.
No projeto de lei constam as tabelas de vencimentos e de enquadramento dos músicos; extingue-se as atuais gratificações percebidas pelos músicos para manutenção e indumentária, ensaio individual e ajuda de custo para realização de concertos; ao mesmo tempo estabelece um novo quadro de funções gratificadas; fixa um Piso Salarial; prevê as atividades exercidas pelos músicos, como ensaios preparatórios, ensaios gerais, e a realização de concertos e também normatiza as progressões por tempo de serviço, entre outras. O texto do projeto de lei observe, num dos artigos, que permanece na estrutura funcional da Orquestra Sinfônica do Recife o cargo comissionado de Regente Titular e que compete ao Prefeito da Cidade do Recife a sua nomeação, com base na indicação feita pelos músicos da OSR, através de processo de votação.

A Orquestra Sinfônica do Recife tem como um dos seus objetivos a aproximação da população, em particular o jovem, com os movimentos artísticos. Promove concertos oficiais, comunitários, populares ao ar livre, buscando contribuir para a democratização do acesso à cultura. "Ao completar 81 anos de existência, a OSR passa por dificuldades no que diz respeito a salários e fornecimento de instrumentos básicos, como tímpanos, harpas, entre outras coisas, além de acessórios para os instrumentos de percussão. É de fundamental importância a manutenção do arquivo de músicas existentes, bem como a aquisição de novos materiais", ressaltou o veredor Rogério de Lucca, na justificativa do projeto.

Anteriormente a OSR esteve sob a administração da Fundação de Cultura da Cidade do Recife, onde havia autonomia administrativa,  jurídica e financeira. Atualmente esta à disposição da Secretaria de Cultura,  a qual não dispõe de verba nem de um orçamento para a manutenção de uma Orquestra Sinfônica. “Dependendo do talento e do instrumento, a formação acadêmica e técnica de um músico de orquestra sinfônica podem levar de 6 a 10 anos. Músicos sinfônicos têm de continuar a estudar cada dia, durante toda a sua vida profissional. Daí a dificuldade de encontrar músicos aptos a ingressar na OSR, com essa baixa remuneração”, observou o vereador.

Rogério de Lucca afirmou, que a situação da Orquestra Sinfônica do Recife agrava-se ainda porque em muitos casos os músicos que têm que comprar e conservar seus instrumentos. Em geral, instrumentos dispendiosos, pois exigem aquisição periódica de material de reposição importado. Eles precisam manter três vestimentas oficiais, incluindo roupas de gala para os concertos que exigem traje a rigor.   
Com informações da jornalista Criz Rodrigues