Depois do lançamento oficial do ex-secretário de Estado Geraldo Júlio como pré-candidato a prefeito do Recife (PE), o PSB - liderado pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos - segue em duas frentes. De um lado, o partido quer costurar a mais ampla aliança possível, de preferência com todos os 17 partidos. Na outra ponta, procura reduzir as arestas provocadas pelo distanciamento do PT, seu aliado histórico.
O presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, utiliza um discurso que mantém as portas abertas. "Não buscamos enfrentamento com o PT, respeitamos o processo interno, mas precisamos responder à inquietação política", articula. No entanto, o PSB não acompanhou o lançamento da pré-candidatura do senador Humberto Costa (PT), que se preparava para repetir a chapa PT-PSB (o atual prefeito do Recife, João da Costa, é do PT, e seu vice, Milton Coelho, é do PSB).
Eduardo Campos, porém, apresentou uma vaga de vice-prefeito a Humberto Costa, com Geraldo Júlio prefeito. Ouviu um "não". Agora, o PCdoB senta-se à mesa de negociações, sendo o mais antigo aliado do PT no Recife e em Olinda. Mas é o PSB que deve ter o candidato a vice na chapa em Olinda, onde o prefeito Renildo Calheiros (PCdoB) foi eleito em chapa com PT - e isso poderá isolar os petistas também na cidade vizinha.
Referência
Tanto no Recife quanto em Olinda, o argumento político de campanha do PSB é um só: reproduzir o modelo de gestão do governador Eduardo Campos, antecipa Sileno Guedes. "E o grande coordenador do modelo é Geraldo Júlio, uma referência para todos os secretários", prega, também revelando outro fator a ser usado na propaganda: a unidade do partido.
Tanto no Recife quanto em Olinda, o argumento político de campanha do PSB é um só: reproduzir o modelo de gestão do governador Eduardo Campos, antecipa Sileno Guedes. "E o grande coordenador do modelo é Geraldo Júlio, uma referência para todos os secretários", prega, também revelando outro fator a ser usado na propaganda: a unidade do partido.
O administrador público Geraldo Júlio de Mello Filho, 41 anos, era secretário do Planejamento quando foi exonerado para ficar desimpedido para a campanha eleitoral. Na pasta, foi responsável pelo acompanhamento da gestão dos projetos em andamento nas outras secretarias. Antes, trabalhou na secretaria de Defesa Social e na Saúde. Sempre de forma discreta.
A discrição é uma marca dos secretários de Eduardo Campos, conhecido nos círculos mais próximos como um administrador com gosto por metas, prazos e a definição de um nome como responsável. O esforço político agora será transferir para o técnico pouco conhecido, Geraldo Júlio, o carisma do governador com altos índices de aprovação junto aos eleitores.
Decisão do PT
Além do mais, o candidato enfrentará um cenário novo: o PSB sem o PT, que ainda enfrenta os últimos desdobramentos da confusão que envolveu suas prévias na capital pernambucana.
Além do mais, o candidato enfrentará um cenário novo: o PSB sem o PT, que ainda enfrenta os últimos desdobramentos da confusão que envolveu suas prévias na capital pernambucana.
Na segunda-feira, o diretório nacional petista se reúne em São Paulo para julgar o recurso do prefeito João da Costa em busca da manutenção do seu nome como pré-candidato. Ele já viu a executiva do partido anular o processo de prévia (que venceu), o presidente do partido dizer que deveria ceder, e a executiva voltar a se reunir para decidir pelo senador Humberto Costa, já homologado pelo diretório municipal. Na segunda-feira, será a vez de o diretório nacional falar. João da Costa já disse que, a depender da decisão, poderá ainda recorrer à Justiça comum.
Celso Calheiros - Portal Terra