A última intervenção do gênero foi feita há exatos 30 anos, em
1982. O projeto atual recebe investimentos de R$ 63 milhões, oriundos do PAC
Dragagem e de contrapartida do Governo do Estado. Além do desassoreamento, os
trabalhos envolvem o alargamento de suas margens, a colocação de 13 pontilhões,
a abertura de novas ruas de acesso e a construção de uma ciclovia com 13 km de extensão. “A
ciclovia é importante para humanizar a base do rio e as pessoas tomarem
consciência de que é preciso salvar o Beberibe”, disse Eduardo.
Para fazer todas as intervenções, será necessária a
transferência de cerca de 400 famílias ribeirinhas que hoje vivem no local.
Muitas deles residem em palafitas, sem saneamento básico e outras condições
indignas. As novas residências já estão sendo construídas, próximas às nascente
do rio, através do programa Prometrópole.
Dos 23 km
de extensão do Beberibe, 13 km
fazem parte do projeto de revitalização. Iniciada hoje, a primeira etapa
da dragagem vai custar R$ 16,4 milhões e abrange um trecho de 2,2 km entre a ponte da
Avenida Olinda e a foz do rio (próximo ao Porto do Recife). Até fevereiro do
ano que vem, serão retirados 500 mil metros cúbicos de sedimentos (o suficiente
para encher 30 mil caminhões). Todo o material será separado e enviado a
aterros sanitários ou levados para o alto-mar, a seis milhas da costa, no
chamado bota-fora oceânico.
A dragagem também vai deixar o rio mais fundo – entre 50 e 80 metros – e, assim, possibilitar
a sua navegação. “Com esse trabalho feito aqui teremos o nosso primeiro
circuito de transporte fluvial, saindo da BR-101, em Dois irmãos, até a área
próxima à Marinha”, informou o secretário de Recursos Hídricos e Energéticos,
Almir Cirilo.
O prazo para a conclusão de toda a obra é de 25 meses. Almir
Cirilo garantiu a celeridade das intervenções. “Nós não podemos esperar acabar
uma obra para começar outra. Ainda este ano, vamos licitar as outras ações e
estaremos com todas elas em execução simultaneamente”, afirmou o secretário.
Na manhã de hoje, moradores e líderes comunitários estavam
ansiosos para saber mais detalhes do projeto. Muitos deles foram até o local
para conversar com o governador. Eduardo pediu aos presentes que ajudassem a
fiscalizar a obra e sugeriu que eles formassem uma comissão para se reunir com
as equipes do Governo e da construtora responsável pela obra (Metropolitana)
toda última sexta-feira do mês. O primeiro encontro será no próximo dia 25, na
sede da Secretaria de Recursos Hídricos e Energéticos (SRHE), na Avenida Cruz
Cabugá, às 9h.
Moradora de Cajueiro, Eunice Ribeiro, 63, ficou satisfeita com o
que ouviu. “Achei ótimo o governador marcar a reunião, para que nós possamos,
como ele mesmo disse, ajudá-lo no acompanhamento dos trabalhos e na
continuidade deles”. “É um marco para nossas vidas, porque vamos poder
descansar ao ouvir o barulho da chuva no nosso telhado, o que há anos não
conseguíamos”, disse o morador de Peixinhos, Edvânio Marques da Silva, 30.
Além das comunidades onde moram Dona Eunice e Seu Edvânio, serão
beneficiados moradores de Passarinho, Caixa D’água, Varadouro, Ilha do Maruim,
Azeitonas e Campina do Barreto.
Secretaria de Imprensa de Pernambuco