quinta-feira, 12 de abril de 2012

Polícia vai investigar caso de criança que tomou ácido em MG

Érica de Castro, a mãe do menino de dois anos que recebeu ácido para cauterização de verrugas no lugar de um sedativo, será a primeira testemunha a prestar depoimento à Polícia Civil em Belo Horizonte.



O inquérito que vai apurar a troca de medicamentos feita por uma técnica de enfermagem já foi aberto, e os primeiros ofícios já foram expedidos pela delegada Maria Helena Rezende de Souza Melo, da 1ª Delegacia de Polícia Leste.

Além da mãe, a direção do Hospital Infantil São Camilo foi intimada para fornecer dados sobre os profissionais que atenderam o menino. Foi enviado à Justiça um pedido para que o prontuário de atendimento seja encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal), bem como amostras dos dois tipos de medicamentos: o que contém ácido e o sedativo.

A delegada disse que os médicos do IML vão indicar os caminhos do trabalho a ser feito pela polícia. Tão logo possa deixar o hospital, o menino também será avaliado pelos médicos legistas.

Internado no Hospital Felício Rocho, o menino apresenta quadro estável e não corre risco de morrer. Contudo, a situação é considerada grave pelos médicos. O ácido ingerido provocou queimaduras de terceiro grau no esôfago.Amanhã (13), o garoto deverá começar a receber alimentação líquida por meio de uma sonda introduzida no estômago. A previsão é que ele fique internado por ao menos mais duas semanas.

ENGANO - Foi quando chegou em casa, no domingo, que a mãe percebeu que a situação do filho estava piorando. Chamou uma ambulância e retornou com ele ao mesmo hospital. Dois dias depois, na terça-feira, ele foi encaminhado ao Hospital Felício Rocho.

Em nota, a direção do Hospital Infantil São Camilo reconheceu que houve erro, lamentou o fato e disse que está dando toda assistência ao menino e sua família. Por meio da sua assessoria, o hospital informou que os frascos dos dois medicamentos são semelhantes. Não foi esclarecido o porquê de ter havido a troca e que em condições os medicamentos são acondicionados.

O menino tinha ido ao hospital porque sofreu uma queda em casa. A médica que o atendeu o encaminhou para o serviço de tomografia. A técnica de enfermagem que deveria dar a ele o sedativo para realizar o exame foi afastada. Seu nome não foi divulgado.

Folha de São Paulo