Ao se encontrar ontem (9) com o presidente dos Estados Unidos Barack Obama, a presidenta Dilma Rousseff criticou a política de expansão monetária adotada pelos países desenvolvidos com o objetivo de sair da crise que abalou a economia internacional. Dilma disse que essas políticas provocam desvalorização das moedas, entre essas o dólar, e acabam dificultando o desenvolvimento econômico dos países emergentes. A dirigente já usou o termo "tsunami monetário" como metáfora para a situação que o Brasil enfrenta.
“Manifestamos ao presidente Obama a preocupação do Brasil com a expansão monetária, sem que os países com superávits equilibrem essa expansão monetária com políticas fiscais baseadas na expansão dos investimentos. Essas políticas monetárias solitárias, no que se refere a políticas fiscais, levam à desvalorização das moedas dos países desenvolvidos, levando ao comprometimento dos países emergentes”, disse a presidenta, em declaração conjunta com o presidente Obama.
A presidenta ainda ressaltou que, em médio prazo, o crescimento da economia norte-americana terá mais efeitos positivos para economia mundial que o peso das economias dos países que fazem parte do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. “Os países do Brics respondem hoje por uma parte muito expressiva do crescimento econômico, mas é importante perceber que a retomada do crescimento, num horizonte de médio prazo, passa também pela retomada expressiva da economia norte-americana”, disse Dilma.
“Consideramos que o papel dos Estados Unidos, nessa conjuntura e nesse mundo multilateral que vem surgindo, é muito importante. A grande flexibilidade da economia norte-americana, a liderança na área de ciência e tecnologia e inovação, e, ao mesmo tempo, as forças democráticas que fundam a nação americana tornam (o país) importante na contenção da crise e na retomada da prosperidade”, destacou.
A presidenta brasileira também destacou que o estreitamento das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, principalmente na área de geração de energia, além das parcerias na área de desenvolvimento tecnológico, são pontos estratégicos para o Brasil. Essa parceria, na opinião da presidenta, deverá alcançar a exploração de gás e petróleo.
“O Brasil, com os Estados Unidos, tem áreas estratégicas nas quais cooperar, ou melhor, aprofundar nossa relação, por exemplo, na área de energia. Temos um grande campo de cooperação quando se considera o petróleo e o gás. Tanto no que se refere ao fornecimento de equipamentos e serviços, tanto no que se refere à participação nas relações comerciais”, disse a presidenta.
Dilma também aproveitou para agradecer a redução de tarifas ao etanol brasileiro. “Nós também somos parceiros na área de biocombustíveis. Queria saudar a redução às barreiras de etanol ocorrida recentemente. Queria ressaltar também um grande espaço de cooperação na área de eficiência energética, que é tão cara ao presidente Obama”, elogiou a presidenta.
A dirigente também agradeceu a parceria dos Estados Unidos no programa Ciência sem Fronteiras, que leva ao exterior estudantes brasileiros. “É importante a participação dos Estados Unidos no programa Ciência sem Fronteiras, no qual temos estudantes brasileiros vindo aqui para os Estados Unidos desenvolver parcerias em universidades americanas. Queria aqui agradecer de público o apoio que tivemos”, disse a presidenta.
Agência Brasil