O ator sofreu asfixia mecânica acidental, o que causou hipóxia cerebral grave e prolongada (falta de oxigênio no cérebro). O hospital informou que ele deve passar por uma nova bateria de exames nesta segunda. Tiago estava num cenário que imitava uma pedra e ficou quatro minutos desacordado. Os outros atores acionaram o socorro assim que perceberam o acidente.
A família do ator acredita que o equipamento de segurança utilizado durante a peça apresentou alguma falha. Eles não estavam presentes no espetáculo. “Todo ano a gente assiste, mas bem neste não fomos. Foi até melhor. Imagina o choque, se nós estivéssemos lá na hora”, diz o comerciante Leandro Luiz Bueno, de 36 anos, cunhado de Thiago.
Após visitar o irmão no hospital no domingo (8), Fabiana Bueno, 31 anos, ficou muito emocionada, chorou ao falar do estado de saúde de Thiago, mas disse ter esperança na recuperação dele. “Agora é só aguardar. Tenho dois filhos e ele sempre foi como se fosse o terceiro.”
Entenda o caso
De acordo com testemunhas integrantes do grupo teatral, Thiago vestia um colete com uma cadeira de segurança na qual ele deveria se sentar durante a cena que simulava o enforcamento. No espetáculo, essa cadeira era fixada em uma corda de seis metros, cuja a outra extremidade estava amarrada a uma árvore. Thiago subiu a escada montada embaixo da árvore e saltou do último degrau. Ainda não se sabe se o ator se enforcou com a corda ou com o colete.
André Luiz da Cunha, que interpretava o carrasco na peça, foi quem amarrou a corda no colete. Ele disse ao iG que todo o procedimento foi feito normalmente. “Fizemos a mesma coisa no ensaio e deu tudo certo”, disse. De acordo com a diretora do espetáculo, Janaína Carvalho, de 28 anos, a cadeirinha de segurança foi emprestada pelo Corpo de Bombeiros, que explicou como deveria ser feita a utilização. O Corpo de Bombeiros, no entanto, nega qualquer envolvimento com o espetáculo.
Nem os atores, nem o público perceberam que Thiago estava desacordado, pois na cena ele deveria fingir-se de morto. Quando o ator não respondeu aos chamados dos colegas para retirar o equipamento, o socorro foi chamado. Thiago ficou pelo menos quatro minutos sufocado.
O delegado da Polícia Civil de Itacaré José Vitor Bacetti informou que vai ser instaurado um inquérito para apurar as circunstâncias do ocorrido e se houve responsabilidade de algum dos envolvidos. A polícia apreendeu os seis metros de corda utilizados e a cadeira de segurança, que podem seguir para a perícia.
Portal IG