domingo, 22 de janeiro de 2012

O estagiário mais cool do Recife

Ele ainda não se formou, mas já colocou muito profissional no bolso. A vida jornalística do Recife, humor, o cotidiano, tudo isso faz parte de seu blog, o Estagiário Social 1. A identidade desse moço não é revelada nem por decreto, mas o que importa? O repórter ou a notícia? É por isso que resolvemos entrevistar essa figura, querida pelos jornalistas mais descolados da cidade.


1) Como surgiu a ideia do blog?

Eu estaria mentindo se não dissesse que me inspirei no excelente Ego Estagiário. Nunca trabalhei com humor, muito menos com colunismo social. Mas quando recebi por email um link sobre o recém nascido ego estagiario, morri de rir e pensei em criar uma versão local. No entanto, além de tratar com humor a sociedade pernambucana, também abri espaço para outras formas de humor, como imagens e vídeos (até pra ampliar mais o leque de piadas). A coisa que era pra ser aó uma tiração de onda pra mostrar aos amigos mais próximos caiu no gosto da moçada bonita.

2) Como tem sido a repercussão junto à imprensa local?

Muito boa. Tenho certeza de que o blog é lido diariamente nas redações pernambucanas e provoca buxixos e fofoquinhas de corredor. Gosto disso. De ser polêmico e de gerar polêmica, mas sem maldade. Gosto de saber que estão lendo o que escrevi, comentando e dizendo "queria ter coragem de dizer isso!". É o que me fascina: ser essa voz que pode ecoar pelas redações sem amarras ou medo de ser o próximo demitido. Engraçado é que o meu público não é formado só por jornalistas. Tem engenheiros, médicos, publicitários, desportistas, empresários… E sei que todos comentam sobre as fofocas ou piadinhas que solto.

3) Você mistura humorismo e jornalismo. Você acredita que o humor é a nova tendência no jornalismo

Olha, não colocaria como tendência e sim como uma das funções. Jornalismo é para educar, informar e divertir. As duas primeiras funções são desenvolvidas com maestria pelos jornais, rádios, TV's e portais locais. Mas faltava o humor. É nesse espaço que eu tento me encaixar, mas é difícil pra caramba. Sabe por quê? Por mais paradoxal que possa ser, fazer humor é coisa séria, tem que ter responsabilidade. Há uma linha tênue entre a piada inocente e a agressão. Rafinha Bastos é o exemplo de como isso é delicado. Uma piada de mau gosto, colocada na hora errada, vai lhe custar R$ 100 mil.

4) Que jornalistas (pernambucanos, nacionais e internacionais você destaca como referências)?

Não gosto desse lance de referencias… você pode descambar para a idolatria, o que é muito perigoso. Não me espelho em ninguém pra fazer piada, mas admiro o trabalho dos chargistas pernambucanos que sabem dar uma pitada mínima de humor na opinião deles. Acho que a comédia pernambucana teve seus momentos com a Trupe do Barulho, passou por um período de estiagem e agora tenta voltar com grupos de stand up. Mas os caras daqui só repetem o que os outros do eixo Rio/São Paulo fazem (o que já é uma cópia do humor americano). Não dá pra ter referências locais de humor assim. No jornalismo hard news, admiro Roberta Jungmann (tenho que falar da chefa ou apanho).

5) Quando você se formar, o blog sai de circulação ou você tem outros planos?

Não, o blog não vai acabar (mesmo que outro engraçadinho tente apagá-lo denunciando ao Google, eu crio outro endereço e vamos seguindo a vida). Quando eu me formar no final do ano devo continuar com o blog usando o mesmo nome e assumindo novos desafios: vou abrir uma grife de roupas íntimas, gravar um DVD ao vivo em Limoeiro, adotar uma criança do Canal de Setúbal e casar no Parque Dona Lindu. Isso é marketing meu bem!


Para finalizar, um rápido perfil:

Profissão: Aprendiz de jornalista, modelo e fuzileiro naval
Religião: Católico Islâmico Mahayana dos Últimos Dias
Um livro: agora estou lendo "Abusado" e "Turma da Mônica"
Um filme: qualquer um em dia de segunda, que é mais barato
Músico favorito: Flávio Barra
Prato favorito: Cabeça de bode, que sobra na buchada. Ah, e sushi, como um bom recifense que sou!
Frase: "A mente aberta a uma nova ideia, nunca mais é a mesma" Albert Einstein. "O koo também" Clodovil.