Parcialmente destruída pelas chuvas em 2010, a Ferrovia Cabo-Propriá, que liga Pernambuco a Sergipe, terá um trecho de 380 km recuperado. O anúncio das obras de reparo foi feito nesta segunda-feira (30), no Palácio do Campo das Princesas, pelo governador Eduardo Campos e pelo diretor-presidente da Transnordestina Logística S.A, empresa responsável pelas obras, Tufi Daher Filho.
A companhia investirá R$ 60 milhões em recursos próprios para a recuperação da linha férrea. Os trabalhos vão gerar cerca de 200 empregos diretos. Com extensão total de 560 km, a estrada de ferro apresenta hoje 350 pontos de interrupção no seu traçado localizados entre os estados de Pernambuco e Alagoas.
Do total dos investimentos, cerca de R$ 25 milhões serão destinados a recuperação de um trecho de 150 km da ferrovia que corta os municípios pernambucanos de Ribeirão, Gameleira, Joaquim Nabuco, Catende, Maraial, São Benedito do Sul, Quipapá e Palmares – todos na Mata Sul – além de Canhotinho, no Agreste Meridional. Três pontes serão reconstruídas. Também serão feitos serviços de drenagem e terraplenagem, troca de trilhos e dormentes, além da limpeza da linha.
As obras devem começar dentro de 15 dias, após autorização do Ibama. A expectativa é que a estrada de ferro esteja em pleno funcionamento dentro sete meses. Ainda segundo estimativa da Transnordestina Logística, a movimentação de cargas na ferrovia deve chegar a 1,5 milhão de toneladas por ano até 2015.
O presidente da companhia destacou que a conclusão da obra acaba com a segmentação da ferrovia. “Ela interliga o Nordeste ao Sudeste do Brasil. Com a recuperação desse trecho reativamos também o corredor entre o Recife e Salvador”, disse, citando a ligação da Cabo-Propriá com outra ferrovia, a Centro-Atlântica, que vai até a capital baiana.
Tufi rechaçou a possibilidade de novas enxurradas voltarem a destruir a linha férrea. “As barragens que estão sendo construídas pelo Governo de Pernambuco vão evitar novas tragédias”, disse.
Para o governador, a ferrovia é mais um importante instrumento para o fortalecimento econômico do estado. Segundo dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, a estrada de ferro será responsável por receber cerca de 15% da carga movimentada no Porto de Suape. “Ela vai trazer de Alagoas a produção de álcool, açúcar, minérios e cimento para o Porto de Suape.”, disse Eduardo.
HISTÓRICO – A Ferrovia Cabo-Propriá havia sido destruída pela primeira vez nas enchentes de 2000. Depois de oito anos e de uma disputa judicial que definiu a responsabilidade pelo conserto da linha, os serviços começaram a ser executados. Em 2010, quando já possuía vários trechos prontos e estava prestes a ser inaugurada, a estrada de ferro foi novamente destruídas pela força das águas.
Secretaria de Imprensa de Pernambuco