A Google anunciou no último dia 24 uma mudança em sua política de privacidade. A partir do dia 1º de março as mais de 60 políticas de privacidade para os diversos produtos do Google serão unificadas em apenas uma política em função da integração de todos os serviços da empresa. Esta nova política é mais legível, mesmo alguém alheio ao universo jurídico não terá dificuldades em compreender seus termos. Você pode conferir o texto através deste link. A polêmica que tem sido levantada diz respeito a privacidade e o acesso aos dados pessoais dos usuários. É preciso que se compreenda a política e alguns pontos antes de se formar um julgamento.
A política de privacidade trata das informações que o Google coleta e como as utiliza. As informações coletadas são em sua maioria fornecidas pelo próprio usuário, seja no momento da contratação de qualquer serviço, seja durante a navegação atraves de cookies. Os dados garimpados são informações de registro como por exemplo o seu navegador, idioma, endereço de internet, dados de localização e informações do computador como sistema operacional e versão. O ponto polêmico desta coleta de dados são as informações de comunicação com o usuário, onde o Google pode reter para análise o conteúdo de e-mails enviados para se comunicar com o Google, bem como mensagens por SMS que sejam enviadas por qualquer serviço do Google.
Todas estas informações tem como finalidade oferecer uma experiência melhor ao usuário, tanto nas buscas quanto nos links patrocinados que serão direcionados em função de suas preferências. Com isso o Google ganha por tornar a propaganda mais efetiva, mas nós também ganhamos por termos informação personalizada. Muitos criticam a decisão pelo caráter comercial, mas vale lembrar que o Google oferece recursos gratuitos a um número gigantesco de usuários no mundo, são 350 milhões de usuários ativos só no Gmail. Como nada nesta vida é de graça, alguém tem que pagar essa conta, e neste caso são os anunciantes, que por sua vez querem garantir o retorno de seus investimentos. Uma relação de equilíbrio bastante justa na minha opinião.
A política fala ainda sobre os deveres que a empresa tem com os seus dados. Os funcionários que lidam com a informação estão sob cláusula de confidencialidade, podendo responder criminalmente em caso de quebra. O Google garante ainda que não fornecerá suas informações para terceiros sem o seu consentimento, e que em caso de fusão, aquisição ou outro tipo de venda, você será avisado desta mudança e terá novamente a opção de continuar ou não com os serviços.
Obviamente caso o usuário não concorde com os termos, pode solicitar o cancelamento de sua conta sem qualquer problema. Li alguns comentários em outros blogs de pessoas criticando a postura como autoritária, vamos lembrar que estamos falando de uma empresa, com suas regras e modelo de negócio e que vai funcionar de acordo com o que o seus proprietários julguem ser o melhor modo de trabalho, como qualquer outra empresa. Além disso a política pode ser adequada a qualquer tempo, desde que seus usuários sejam alertados em tempo de aceitar ou recusar, e neste caso se retirar dos serviços.
Depois de ler algumas vezes a nova política, ficou ainda mais forte a sensação de que está se fazendo muito barulho por nada. Boa parte dos dados coletados pelo Google podem ser facilmente conseguidos por qualquer site, e a forma transparente como a empresa está tratando o assunto, com ampla divulgação e campanhas para que se entenda exatamente os impactos desta mudança mostra que não há motivo para desconfiança.
Lucas Moraes - Site Além da TI