Veja o comentário da pesquisadora e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Suzy Santos e reflita sobre isso:
Também não podemos dizer que é um modelo de negócio novo a venda ou a cessão de espaço para programas religiosos. Se olharmos a grade das principais redes no início dos anos 1980s, veremos que a Globo tinha a "Santa Missa em seu lar", a TV Record/Studios Silvio Santos tinha a Missa da Capela de São Dimas e a Bandeirantes tinha os evangelistas norte-americanos, Rex Humbard e Jimmy Swaggart, e o Programa da Boa Vontade, da LBV. Isso sempre existiu na TV brasileira.
O que houve aqui foi uma explosão desse ambiente das chamadas "igrejas eletrônicas" neopentecostais. Essas igrejas apostam fortemente no investimento midiático e, no caso brasileiro, o fenômeno é mais interessante, porque elas usam de uma estratégia próxima da Globo, a de ter uma base políticos "próprios". A chamada bancada evangélica [no Congresso Nacional] aumentou expressivamente e é muito ativa no universo relativo às questões de interesse do setor.
Do ponto de vista da cidadania, é claro que isso representa sérios riscos. Já tivemos vários exemplos de perseguições às religiões afrobrasileiras, também temos muitos exemplos do privilégio dos interesses político-religiosos dos radiodifusores em detrimento do interesse público.