O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quarta (23) que, depois de controlar a inflação, o governo vai adotar medidas para reduzir o custo do crédito. Segundo ele, a economia brasileira deve crescer entre 4,5% e 5% em 2012, recuperando o desempenho deste ano que o governo prevê que seja de aumento de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB). O ministro deu as declarações após participar de audiência pública na Câmara dos Deputados.
"Tivemos uma desaceleração em 2011, era preciso fazê-la. Encarecemos um pouco o crédito, porque em 2010 crescemos bastante [7,5%]. Tínhamos um problema de inflação que agora está sob controle e já estamos barateando o crédito, reduzindo taxas. A Selic [taxa básica de juros] está sendo reduzida de modo que o crédito ficará mais barato nos próximos meses", disse Mantega.
Com a queda dos juros, o ministro prevê que a economia dê sinais de recuperação a partir deste mês. "Pode haver um aquecimento novamente nos meses de novembro e dezembro em relação aos meses do último trimestre. Vamos começar 2012 com a economia aquecendo de forma responsável, de forma sustentável, em torno de 4,5%, 5% para o próximo ano".
Mantega disse que o Brasil precisa reduzir seu custo financeiro. "O custo financeiro está caindo e vai cair. Não estou falando necessariamente da Selic, mas do crédito ao consumidor. Temos que criar condições para que esse crédito caia".
Apesar da confiança na recuperação da economia brasileira no ano que vem, Mantega fez um diagnóstico pessimista em relação à crise que atinge os países ricos.
"Uma recaída em relação à crise de 2008, porque em 2009 e 2010 houve uma recuperação dos Estados Unidos, dos países europeus e parecia que eles tinham superado. De repente, não recuperaram nada, houve um retrocesso. A economia americana começa a crescer menos do que em 2010, a economia europeia apresenta um outro problema, do endividamento público dos países e uma fragilidade dos bancos".
"Estamos diante de uma nova crise, que a cada momento está se agravando. O Brasil está bem preparado, temos várias maneiras de enfrentar essa crise. Não vou dizer que ela não nos atinge, ela nos atinge sim. Mas muito menos do que a maioria dos países e vamos continuar o crescimento do Brasil".
Agência Brasil