O Senado comemora nesta segunda-feira (22), no horário do expediente que antecede a sessão plenária, às 14h, os 122 anos de nascimento de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas, a poetisa e contista conhecida como Cora Coralina. O requerimento solicitando o evento é de autoria do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).
Doceira de profissão, Cora coralina nasceu na cidade de Goiás (GO), no dia 20 de agosto de 1889. Publicou seu primeiro livro - Poemas dos becos de Goiás e estórias mais - aos 76 anos de idade, embora tenha começado a escrever os primeiros textos aos 14 anos. Esses textos da adolescência e juventude eram publicados nos jornais da cidade de Goiás e também em outras cidades do estado. Os temas folclóricos, que faziam parte do cotidiano da artista, serviram de inspiração para sua poesia e contos.
Depois da publicação dos Poemas dos becos de Goiás e estórias mais, em 1965, Coralina publicou, em 1976, Meu livro de cordel. Outras obras da autora são: Estórias da casa velha da ponte (contos); Meninos verdes (infantil); O tesouro da casa velha; A moeda de ouro que o pato engoliu (infantil); Vintém de cobre; e As cocadas (infantil).
Coralina casou-se em 1910 com o advogado Cantídio Tolentino Bretas, com quem se mudou, no ano seguinte, para o interior de São Paulo.
Passou 45 anos no estado, vivendo inicialmente no interior, nas cidades de Avaré e Jaboticabal, e depois na capital, onde chegou em 1924. Ao chegar à capital paulista, teve que permanecer algumas semanas trancada num hotel em frente à Estação da Luz, uma vez que os revolucionários de 1924 pararam a cidade. Em 1930, presenciou Getúlio Vargas chegando à esquina da rua Direita com a praça do Patriarca. Um de seus três filhos participou da Revolução Constitucionalista de 1932.
Com a morte do marido, Cora vendeu livros para poder criar os filhos. Mudou-se novamente para o interior paulista, na cidade de Penápolis, onde passou a vender linguiça caseira e banha de porco que ela mesma preparava. Mudou-se em seguida para Andradina, até que, em 1956, retornou a Goiás.
O mestre - A casa onde morou em Goiás virou museu. Nessa casa, Coralina gostava de receber parentes, amigos e visitantes da cidade histórica que queriam conhecê-la. Além da conversa amigável com a artista, os visitantes se serviam sempre de algum doce ou quitute da casa, feitos pela própria Coralina. Uma das frases que gostava de repetir: "Todos estamos matriculados na escola da vida, onde o mestre é o tempo".
Agência Senado
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